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quarta-feira, 11 de setembro de 2019

A histórica Bienal do Rio 2019


Chegamos a mais uma edição daquele que é considerado o maior evento literário do ano (pelo menos para mim). Eu estive presente na histórica Bienal do Rio de janeiro e vim contar para vocês como foi a minha experiência.

Em um dos relançamentos de Sacanas do Asfalto, todo contente

Saí da Bahia no dia 01 de setembro, partindo de Vitória da Conquista. A viagem foi tranquila, porém monótona. A conexão em Campinas foi “ok” (para não dizer tediosa), mas pude ler alguns livros nacionais no percurso. Cheguei ao Rio de Janeiro as 11hrs do dia 02, sob um clima nublado e levemente chuvoso. Ao lado da minha amiga Glau Tambra, parti diretamente para a bienal com uma mala gigante nas mãos. Ao chegar no estande da Hope, cerca de três horas mais tarde, encontrei os primeiros amigos.

Com Maria Simone, a primeira leitora de EENV

Depois da Editora Hope, fui encontrar os parceiros dragões da Editora Pendragon, minha segunda casa (coincidentemente ficava na mesma rua em questão). Foi maravilhoso rever a galera com quem dividi estande em 2016 (a Pendragon não participou da bienal em 2018). Ao lado de colegas talentosos e novos autores que entraram no meu rol literário, passei horas e dias propagando a palavra do “Sacanas do Asfalto”, sendo que o livro só chegou, de fato, na quinta-feira à noite (devido a um atraso na gráfica). Mas não desanimei, pois havia o “Enquanto Eles Não Vêm” ao meu dispor, e um vasto público sedento por histórias macabras. Vendi para diversos leitores, ambos os livros, mas o que mais me rendeu nessa edição foram as entrevistas e materiais de divulgação que me foram oferecidos.

Com as meninas do Mais Qi Nerds
Mais uma com a Simone, aqui gravamos uma entrevista
Com as editoras da Cabana Vermelha

A primeira semana da bienal resumiu-se a visitação das escolas pelos pavilhões, então aproveitei para visitar os demais estandes, rever alguns amigos autores e prestigiá-los em seus lançamentos. Apesar disso, fiquei mais em meu “cantinho”, em parte porque havia livros para vender, e também novos colegas para dividir experiências e conhecê-los melhor. Foi nessa fase que acabei admirando ainda mais os novos dragões guerreiros, dentre os quais eu destaco Thelma Miguel, Vinícius Fernandes, Carlos Henrique Abbud, Flávia Gonçalves, Cristy S Angel, Landerson Rodrigues, Dresa Guerra, Erik Gabriel, Brendo Hoshington e tantos outros. Além disso, devo ressaltar que me senti completamente à vontade nos estandes, graças a receptividade dos queridos Ricardo, Priscila, Isaac e Jéssica Milato. Houve muito respeito, união e carinho; o suficiente para o sucesso de vendas naqueles dias.

Com a contagiante Flávia Gonçalves
Com a querida Thelma Miguel
Com Brendo e Cristy, dois irmãos literários!
Com Marlon Souza

O último fim de semana que entraria para a história da Bienal do Rio chegou de maneira avassaladora. O clima estava ótimo. O Rio de Janeiro respirava abaixo de um céu ensolarado. Porém, a tensão tomou conta do evento quando o prefeito Crivella tomou por decisão censurar alguns livros de conteúdo “impróprio” que estavam em algumas vitrines. O caso gerou uma polêmica tão grande, que o Felipe Neto resolveu comprar mais de 13 mil livros da temática lgbt (previamente censurados) e distribui-los na praça principal do Riocentro. Lembro que cheguei mais cedo que o usual no pavilhão verde, a tempo de ver o exorbitante número de pessoas que se aproximavam da bienal. O dia prosseguiu normalmente, com vendas e trocas de figuras literárias, mas o caso virou notícia no Brasil todo. Ao anoitecer, editoras publicaram notas de que novos agentes autorizados pelo prefeito voltariam a recolher livros. Eu tinha acabado de assinar alguns livros na Hope, na companhia da Cristy e do Vinícius, quando vimos uma enorme passeata de manifestantes cruzar o corredor. O assunto ganhou uma proporção gigantesca; foi de tal modo que presenciei autores e leitores urrando com seus livros nas mãos, diante de jornais e revistas que documentavam tudo. Foi arrepiante.

Imagem: Marcelo de Jesus / UOL

A histórica Bienal do Rio de 2019 terminou de forma pacífica. Na Editora Hope, fizemos um picnic amistoso, celebrando o sucesso dos autores, dos lançamentos e suas vendas. Na Pendragon, trocamos palavras e discursos. Após a leitura do emocionante texto do Felipe Saraiça, finalizamos o evento com recitais de poemas da Thelma Miguel e um concerto maravilhoso pelo Landerson Rodrigues. O domingo chegou ao fim em clima de festa na casa da querida Maria de Fátima Nardino, onde fui recebido com imenso carinho.

Com Maria de Fátima Nardino e Thelma Miguel (consegui juntá-las!)

Abaixo, deixo as demais fotos tiradas por conta própria. Algumas foram concedidas pelos queridos Léo Batista e Maria Simone:

Com Priscila Gonçalves e Jéssica Milato
Com Dresa Guerra, uma figura!
Com os colegas Rita Pinheiro, Flávia Gonçalves e Carlos Abbud
Com a minha boyband: Bruno Freischlag, Vinícius Fernandes e Landerson
A bienal foi tão histórica, que até encontrei um filho... A piada do dia!

Finalizo a postagem com a sensação de dever cumprido, agraciado pela certeza de que levarei na memória o significado dessa Bienal: juntos somos mais fortes, e jamais seremos calados.

Editora Pendragon e autores

domingo, 1 de setembro de 2019

II Edição dos Sacanas + Bienal do Rio + Era Uma Vez em Hollywood

Está chegando mais uma edição da Bienal Internacional do Rio de Janeiro, que eu nunca participei (salvo quando a primeira edição de Entre o Céu e o Mar ocupou a minha presença no evento, em 2013) e as expectativas aumentam a cada dia. Explico o motivo. Sempre ouvi dizer que a Bienal do Rio é maior que a de SP, e nunca entendi o motivo. Mas o importante é que após cinco anos desde a minha primeira ida a uma Bienal, o meu sonho de conhecer o Rio de Janeiro vai acontecer. E as novidades giram em torno do relançamento de Enquanto Eles Não Vêm (que foi lançado ano passado), e a segunda edição de Sacanas do Asfalto. 


Dois blogs literários fizeram menção a minha ida ao evento: Desencaixados e o Mais Qi Nerds.

Faltava um mês para o evento quando deixei em evidência os dias da minha presença, pois a minha confirmação foi um pouco conturbada (para não dizer esquecida). Eu tinha planos de lançar o projeto REVIVAL junto com a Editora Hope, conforme havia divulgado alguns teasers nas minhas redes sociais, mas infelizmente atrasamos na produção e deixaremos para o ano que vem (acho que 2020 será um ano extremamente produtivo, diga-se de passagem). Não divulguei horários de mesa de autógrafos, já que estarei perambulando pela bienal livremente e oscilando entre os estandes da Hope e PenDragon. A II edição de Sacanas do Asfalto também será lançada lá, a partir do dia 02 de setembro. O livro passou por uma nova revisão (da querida Bárbara Parente), e uma nova diagramação (impecável) feita pelo talentoso Rafael Sales. Junto com Priscila Gonçalves (editora chefe da PenDragon), trabalhamos com muita dedicação para entregar um material recheado de novidades, tanto no texto quanto no quesito visual da obra. Fiquei feliz e satisfeito com o resultado, e não vejo a hora de recontar a história sob essa nova ótica maravilhosa.


Estarei indo para o Rio amanhã, dia 02, saindo de Vitória da Conquista pela manhã e chegando no solo carioca por volta do meio-dia. Fiquei de encontrar a minha amiga escritora Glau Tambra (com quem já dividi duas bienais e tive a honra de ter em meus lançamentos). Ficaremos juntos durante a semana toda. Como ficarei esses dias, aproveitarei o suficiente para conhecer novos autores, leitores e reencontrar amigos de edições passadas. Estou na expectativa de conhecer pessoalmente: Matheus Monteiro (com quem troco figuras literárias desde 2013), Maria Simone (do blog Crescendo em Flor, e que muito me apoiou em 2016 com o lançamento de Enquanto Eles Não Vêm na Amazon), Brendo Hoshington (autor de Anamélia e parceiro da PenDragon desde os primeiros meses da editora), e Santiago Nazarian, com quem topei rapidamente em São Paulo, em 2018, e desencontrei durante o último dia daquela edição. Mas, para compensar esse desencontro, brincamos que vimos um ao outro em 2014, quando ele estava fazendo cosplay de Jack Sparrow na frente do Anhembi...


Os estandes que estão nos meus planos de visita são os da Editora Valentina, Qualis, Panini, Faro, Skull, Novo Século e Americanas (porque em bienais de livros não podemos viver sem biscoito, né mores?).


Agora fecharei a postagem com a minha opinião sobre o ótimo e mais novo filme do Quentin Tarantino: "Era Uma Vez... em Hollywood", estrelando Brad Pitt, Leonardo DiCaprio e Margot Robbie.


Gosto muito dos atores e confesso que fiquei hypado ao saber que o Tarantino envolveria o caso Tate LaBianca e toda aquela leva de assassinatos que marcaram a Hollywood de 1969. Sem delongas, o filme foi uma grata surpresa, pois o que mais me surpreendeu foi (nem sei como dizer isso) a falta de violência escrachada que estamos acostumados a ver em todos os filmes do diretor. Todas as marcas dele estão lá - diálogos ágeis, referências, verborragia, violência e pés femininos - permeando uma Hollywood glamourosa repleta de artistas, cores, sonhos e MUITA música boa. Fico impressionado com o talento do Tarantino ao escolher as melhores músicas para as suas cenas.


Além disso, nomes como Polanski, Mama Cass, Steve McQueen, Sergio Leone, Bruce Lee e a própria Sharon Tate tornam a experiência maravilhosa. Acredito que esse filme foi uma carta de amor ao cinema e a sua própria infância, visto que o próprio Tarantino, em entrevistas, disse ter passeado pelas ruas de Los Angeles com seu padastro inúmeras vezes quando criança, em meados de 69. Não seria coincidência supor que o Cliff Booth, dublê interpretado por Pitt, seja uma inspiração direta dessa figura paterna que marcou os velhos tempos do diretor.


Antes, em algumas redes sociais, eu havia comentado que não gostei tanto da maneira como o Bruce Lee foi representado na história. Vindo do Tarantino, que é fã de filmes de artes marciais e já o homenageou em Kill Bill, eu esperava um personagem mais sério, menos "estereotipado". Fiquei ansioso porque achei o Mike Moh incrível visualmente falando. Porém... Após ler dezenas de críticas e as declarações do próprio Tarantino (porque isso deu a maior polêmica), entendi que, dentro do contexto "Era uma vez..." ele poderia introduzir um Bruce Lee tão caricato quanto aquele que vimos em cena. Agora me diz se esse ator não parece ser a reencarnação do lendário Bruce? Além dos maneirismos e da fala, ele não somente age como o filho do dragão, como também é um artista marcial profissional. Também concordo que o filme poderia ser menos longo, mesmo tendo adorado os diálogos e as cenas daquela Hollywood cheia de hippies e canções inesquecíveis.


O desfecho do filme é a cereja do bolo, pois desde o começo é trabalhada uma tensão que vai crescendo conforme a proximidade do dia 9 de agosto. Amei a forma como a Sharon Tate foi homenageada e respeitada (mas não é o suficiente para a Margot Robbie aparecer tão pouco! Queria vê-la mais na tela!). A conclusão para a personagem dela, juntamente com a do Jay Sebring, foi no mínimo admirável. O grupo dos assasinos reais não é tão desenvolvido, e nem precisaria, pois não é a intenção de Tarantino envolvê-los em demasia. A violência demora a chegar, mas quando acontece, sai de baixo! Há uma sequência hiper violenta no melhor estilo exploitation, com direito a uma personagem italiana histérica, uma cadela super fofa, hippes se fodendo, e muito gore. O Tarantino é mestre em lidar com diálogos e storytelling, mas se tem algo que ele faz com perfeição é filmar ação violenta. Além do Mike Moh, os destaques dos coadjuvantes vão para Al Pacino, Margaret Qualley, Julia Butters, Maya Hawke e Austin Butler.


"Era uma vez em Hollywood" é como um conto de fadas tarantinesco, uma carta de amor ao cinema e, de certa forma, uma vingança pelo que aconteceu em agosto de 69.

Ainda não assistiu? Corre pra ver, porque é incrível!