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sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Enquanto Eles Não Vêm: Referências



Quem me conhece sabe da minha fascinação pelas obras que me inspiram. Em meados de 2013, após lançar uma trilogia sobre piratas, escrevi uma matéria na qual compartilhei as minhas maiores influências. Livros, filmes, séries, quadrinhos, jogos, personalidades... Repeti o método em 2016, após lançar Sacanas do Asfalto e divulgar a importância do cinema de Quentin Tarantino para a composição da obra. E aqui estamos no terceiro round, onde abrirei as páginas de Enquanto Eles Não Vêm e compartilharei as suas principais raízes.
Embora seja recomendado para os amantes de suspense e terror, Enquanto Eles Não Vêm, antes de mais nada, é um entretenimento para qualquer pessoa. Eu o descrevo como um livro geek, o tipo de obra dedicada aos leitores que se aventuram por diversos gêneros.
Lançado inicialmente na Amazon, o verdinho chamou a atenção de muita gente pela sua capa lovecraftiana e pelo enredo regado de mistério. Na pele de David e Lívia (dois membros de um batalhão de operações especiais), o leitor mergulha em uma história repleta de ação e horror, com cenários amedrontadores e criaturas que desafiam o nosso entendimento. Desde a minha adolescência, já alimentava o desejo de escrever algo que remetesse a diversas facetas do terror, pois em especial, este é um gênero que marcou a minha vida. Cresci lendo H.P. Lovecraft, Stephen King, Clive Barker, Dean Koontz, Bram Stoker, Agatha Christie e dentre outros escritores, o que reforçou o peso da sua influência no meu processo criativo. Além deles, muitos filmes, jogos, músicas, quadrinhos e personalidades que definem a cultura pop impulsionaram a minha inspiração, fazendo com que Enquanto Eles Não Vêm se tornasse realidade.
Nesta postagem especial, reunirei as principais referências do livro e irei contextualizá-las dentro do meu universo literário! E fiquem espertos: a matéria pode conter spoilers!


Antes de pensar em lançar a edição física do livro, recebi o apoio do meu amigo e capista LucasOdersvank, da INDIE 6. Após meses de conversa e estudo, conseguimos transportar a atmosfera do livro para a capa:


Para o design da capa foram buscadas as referências do universo literário do Robson, como a estética de Tarantino, Resident Evil, Castlevania, os cartazes de filmes de terror e ficção científica dos anos 70 e 80 e, claro, as referências à obra de H.P. Lovecraft. No estudo de cores, o verde surgiu como uma cor mágica que traduziu perfeitamente a essência da obra e insiste em colar-se à retina. A recepção do público foi estridente e tivemos a certeza de ter acertado em cheio.”
Lucas Odersvank

As principais inspirações para a capa foram as obras de H.P. Lovecraft e alguns jogos de Survival Horror, partindo de uma estética mais oitentista, onde o horror e a ficção científica estavam em alta.


Ao longo do livro, temos algumas cenas, citações e situações que remetem a algumas obras que me inspiraram. Vamos começar pelo Prólogo, com uma cena na qual um personagem lê um livro peculiar.

Pág. 11:
“O garoto sentou-se à mesa da sua humilde casa e folheou um livro antigo, escrito por Howard Philips Lovecraft. Escolheu um conto e começou a ler em silêncio: Infeliz é aquele cujas memórias de infância lhe trazem apenas medo e tristeza.”
O conto em questão se chama O Forasteiro, escrito em 1921 e publicado em 1926 pela revista Weird Tales:


Pág. 66:
“David imaginou um grupo de delinquentes armados cercando o posto, ao passo que Lívia se viu cercada por mariposas gigantes, sedentas pelo seu sangue.”
O trecho faz referência ao livro Fantasmas, de Dean Koontz, publicado em 1983. A situação apavorante, vivida pelos personagens, é inspirada em uma cena do filme homônimo de 1998, adaptado da obra de Koontz:


Pág. 110:

“Ergueram a face e admiraram a mansão por completa. Enquanto fitavam os blocos de concreto, David e Lívia foram embargados por uma tristeza nunca antes sentida em suas vidas. De repente, estavam abatidos e fraquejados, como se a casa os tivesse envolvido com um véu angustiante.”
O trecho é uma referência ao conto A Queda da Casa de Usher, de Edgar Allan Poe:


Pág. 113:
“Desta vez quem riu foi a parceira, recordando-se dos terríveis palhaços que via nos circos da sua terra natal. Não contara a ninguém, mas morria de medo de palhaços.
— Espero que o Pennywise não esteja perdido por aqui.”
Referência a IT, de Stephen King:


Pág. 193:
“Quando a porta troou ao fechar-se, David e Lívia se viram cercados por milhares de receios mórbidos, perdidos em meio a uma nova esfera de mistério e solidão. Enfim… A biblioteca. É necessário afirmar que o cômodo gigante parecia estar deserto, embora proporcionasse aos intrusos a inevitável percepção de que vidas desconhecidas, invisíveis aos seus olhos, espreitavam por detrás das prateleiras inacabáveis.”
A chegada dos personagens a biblioteca da mansão é uma leve referência a Dracula, de Bram Stoker, com a chegada de Jonathan Harker ao castelo:



Em virtude da influência das obras acima citadas e de outros fatores que serão apresentados mais para a frente, Enquanto Eles Não Vêm é permeado por uma forte estética americana (ainda que seu enredo principal seja ambientado no Brasil). Isso também se deve a alguns personagens (dois deles de dupla nacionalidade), que veremos a seguir.


David Felipe Cordova é filho de mãe brasileira e pai norte-americano. Deixou a vida estrangeira para integrar a COPS, uma unidade de operações especiais.
O nome David é uma homenagem ao personagem David Drayton, do conto O Nevoeiro, de Stephen King.
O sobrenome Cordova é uma homenagem a personagem Dizzy Cordova, da série de quadrinhos 100 Balas, de Brian Azzarello e Eduardo Risso.


Para as ilustrações, David Cordova foi inspirado no ator Marco Pigossi.


Lívia Sanches é brasileira e também faz parte da COPS.
O sobrenome Sanches é inspirado no sobrenome da personagem Chris Sanchez, vivida pela atriz Michele Rodriguez no filme SWAT – Comando Especial, de 2003.


Para os desenhos, Lívia Sanches foi levemente inspirada na atriz Zoe Saldana.


Desmond Kennedy possui nacionalidade brasileira e americana e também integra a COPS como capitão. Ele é apelidado de Guile, por causa do cabelo louro espetado, e também é conhecido como Deke.
O primeiro apelido é uma referência ao personagem Guile, do jogo de luta Street Fighter.
O diminutivo Deke é uma homenagem a um personagem de mesmo nome, do jogo Fear Effect, de 1999. A ideia de conceder esse apelido para Desmond surgiu em 2006, enquanto eu lia um detonado do Fear Effect.
Para as ilustrações, Desmond Kennedy foi inspirado no ator Jai Courtney:



O enredo principal do livro se passa durante dois dias, com os personagens lutando pelas suas vidas em cenários traiçoeiros e hostis, distantes da civilização. Cercada de mistérios, Paraíso Florestal é uma pequena cidade do interior da Bahia, quase inexistente no mapa, com cerca de trezentos habitantes. O local é inspirado em um povoado real, chamado Florestal, próximo da cidade de Jequié.


No livro, quando David e Lívia exploram as ruas e vielas de Paraíso Florestal, ninguém é encontrado. Porém, a sensação de que alguma coisa está à espreita é de fazer gelar a alma.
Pág. 73:
“A estrada seguia em linha reta e revelava um declive à esquerda, tendo uma placa de ferro no acostamento, que dizia: Bem-vindo a Paraíso Florestal! Entre por conta própria, e seja feliz!”


A placa de boas-vindas e o próprio povoado é uma clara referência a cidades fictícias e interioranas da cultura pop. Temos Silent Hill, famosa cidade da série de jogos de terror. Gatlin, cidade rural de Nebraska, do conto As Crianças do Milharal, de Stephen King. Snowfield, do livro Fantasmas, de Dean Koontz. Twin Peaks, a conhecida cidade da série de tevê homônima escrita e dirigida por Mark Frost e David Lynch. E também o vilarejo assustador de Resident Evil 4. Apesar de tais nomes, nenhuma cidade foi tão importante para a criação de Paraíso Florestal quanto a sinistra Innsmouth, do livro A Sombra de Innsmouth, de H.P. Lovecraft. Não apenas a sinuosidade de suas vielas, como também os maneirismos macabros de seus habitantes foram fortemente inspirados nessa história.

Pág. 75:
“— O lugar é realmente pequeno — comentou Lívia.
— Estamos na ponta da cruz.
— Como assim?
— É o formato do povoado — explicou David. — Olhando de cima para baixo, ele tem a estranha forma de uma cruz...”


No coração da pequena cidade, existem construções que marcaram o seu passado, a exemplo da Padaria dos Fontine e do misterioso Hotel Paraíso, onde David e Lívia fazem a sua primeira descoberta macabra.

A ideia conceitual em torno do hotel se originou a partir da adaptação para o cinema dos contos A Sombra de Innsmouth e Dagon. O filme foi dirigido por Stuart Gordon e lançado em 2001. No longa, o hotel é repleto de corredores sombrios. Ao lado, uma das cenas mais marcantes.

Acima das serras que cercam Paraíso Florestal, está a Mansão Mombach:


De acordo com arquivos encontrados por David e Lívia, a mansão foi construída na década de 30, por um engenheiro estrangeiro chamado Archibald Von Sant. A mansão é uma grande muralha de tijolos que segue um estilo sombrio e vitoriano, semelhante as casas assombradas dos filmes de terror. Ela pertence a atriz brasileira Nora Fontine, que se casara com um famoso arqueólogo chamado Jeremy Mombach.

Pág. 108:
“David e Lívia aproximaram os rostos no espaçamento entre as vigas e tentaram enxergar além das árvores secas que malhavam os paredões da mansão. O vento soprava com força por ali, fazendo as folhas mortas dançarem ao cântico da natureza e pousarem além das vigas do telhado. Acima dos galhos secos, era possível destacar dois pares de tetos triangulares, e sobre estes, duas torres pontudas que se assimilavam aos castelos medievais.”

A ideia para a mansão surgiu com o propósito do livro em si: o clima dos jogos de Survival Horror. Lançados na década de 90, os primeiros jogos de Survival Horror se passavam em locais inóspitos e fechados, como cidades, navios, casas ou mapas labirínticos. O jogo mais importante, e que na minha opinião ajudou a impulsionar o gênero, foi Alone in the Dark, que inclusive possuía referências claras de Poe e Lovecraft.


Esteticamente falando, a Mansão Mombach foi inspirada em dois desses jogos, sendo eles Alone in the Dark: The New Nightmare, e o primeiro Resident Evil. A mansão do filme Os Outros, de 2001, também foi uma fonte de referência.
Para reforçar a influência dos jogos, foi acrescentado ao miolo do livro um mapa extenso da mansão, com referências claras ao Survival Horror:

Foto: Maria Simone

       O formato da biblioteca dos Mombach, descrita na página 193, é inspirada na biblioteca dos Morton.
A sala de fumantes, descrita na página 130, faz alusão a uma sala semelhante, contida na casa de Alone in the Dark:



A criatura alada, descrita na pág. 66, foi inspirada no monstro Air Screamer de Silent Hill 1, e nas aranhas gigantes do filme O Nevoeiro:


A coisa cavernosa que aparece na pág. 92, foi inspirada no monstro Duvalia, de Resident Evil 5:


Os habitantes de Paraíso Florestal, com trejeitos sinistros, na página 98, foram inspirados nos habitantes de Inboca, do filme Dagon:


A coisa cavernosa com olhos gigantes, na pág. 143, foi inspirada em um dos estágios do monstro William Birkin, de Resident Evil 2. E a criatura aracnídea, que aparece na pág. 291, foi inspirada no monstro Spider Head, do filme O Enigma do Outro Mundo:



Durante um diálogo descontraído na página 62, David e Lívia fumam um cigarro chamado Red Apple. A cena é uma homenagem ao Quentin Tarantino, cujos personagens, em seus filmes, fumam essa marca fictícia de cigarros:


Na página 120, David e Lívia encontram um antigo exemplar da Gazeta Jequieense, no escritório de Jeremy Mombach. Personalidades como Eva Todor, Suely Franco, Lolita Rodrigues, Lily Marinho e Álvaro Vidal são mencionadas na manchete:


A ilustração de Kadica, na página 177, é uma homenagem à atriz Tsidii Le Loka, que deu vida a personagem Sukeena no filme Rose Red: A Casa Adormecida, de Stephen King. A personagem cuida de Ellen Rimbauer, durante sua estadia na África, que ao fim, a convida para morar na sua mansão Rose Red.


A ilustração da página 184 é uma homenagem ao Museu Nacional.
A ilustração da página 217 é uma homenagem à atriz Audrey Hepburn, que é mencionada na própria história da Família Mombach:


A ilustração de Charles Fontine, na página 225, foi inspirada no ator John Wayne quando o mesmo estrelou no filme Iwo Jima – O Portal da Glória, de 1949:


Clayton Mombach, ilustrado na página 227, foi levemente inspirado no ator Chris Evans:


Poara finalizar, seguem algumas curiosidades mais discretas (mas não menos importantes), ao longo das páginas:
O personagem Carlos, que é mencionado nos primeiros capítulos, recebeu esse nome por causa do mercenário Carlos Oliveira, de Resident Evil 3.
A sigla COPS é intimamente inspirada no BOPE, na SWAT e na unidade especial STARS, dos jogos Resident Evil.
A chamada do capítulo 10, na página 85, é uma homenagem ao primeiro filme da franquia Resident Evil: O Hóspede Maldito.
No recorte da Gazeta Jequieense, da página 161, podemos ver uma referência ao primeiro livro que lancei no mercado. A obra narrava a trajetória dos irmãos piratas Annette e Vasseur Legrand. Ainda na manchete da página 161, há uma propaganda da cerveja fictícia Lake Drink (a marca é mencionada no livro Sacanas do Asfalto). A garota da imagem é minha prima, Ariane Oliveira:

 

Os recortes de jornais que aparecem na página 162 e 163, com possíveis evidências de casos extraterrestres, foram inspirados na misteriosa Operação Prato, ocorrida em 1977.
A Biografia Não Autorizada da Família Mombach, encontrada por David e Lívia em um dos cofres da biblioteca, é uma referência ao álbum de fotografias dos mortos, do filme Os Outros, de 2001.
A ilustração que mostra Rafael Dixon, na página 212, é uma homenagem ao seriado Twin Peaks:


Parte da Biografia da Família Mombach foi inspirada nas famosas teorias da conspiração sobre os Illuminati e suas derivadas sociedades secretas. A ilustração contida na página 221 faz referência a emblemática cena do ritual, do filme De Olhos bem Fechados, de 1999.


Chegamos ao fim da sessão, tripulantes!
Espero que tenham curtido as referências e curiosidades do verdinho.
Para adquirir Enquanto Eles Não Vêm, cliquem AQUI!

Abraços!
Robson Gundim



quarta-feira, 11 de setembro de 2019

A histórica Bienal do Rio 2019


Chegamos a mais uma edição daquele que é considerado o maior evento literário do ano (pelo menos para mim). Eu estive presente na histórica Bienal do Rio de janeiro e vim contar para vocês como foi a minha experiência.

Em um dos relançamentos de Sacanas do Asfalto, todo contente

Saí da Bahia no dia 01 de setembro, partindo de Vitória da Conquista. A viagem foi tranquila, porém monótona. A conexão em Campinas foi “ok” (para não dizer tediosa), mas pude ler alguns livros nacionais no percurso. Cheguei ao Rio de Janeiro as 11hrs do dia 02, sob um clima nublado e levemente chuvoso. Ao lado da minha amiga Glau Tambra, parti diretamente para a bienal com uma mala gigante nas mãos. Ao chegar no estande da Hope, cerca de três horas mais tarde, encontrei os primeiros amigos.

Com Maria Simone, a primeira leitora de EENV

Depois da Editora Hope, fui encontrar os parceiros dragões da Editora Pendragon, minha segunda casa (coincidentemente ficava na mesma rua em questão). Foi maravilhoso rever a galera com quem dividi estande em 2016 (a Pendragon não participou da bienal em 2018). Ao lado de colegas talentosos e novos autores que entraram no meu rol literário, passei horas e dias propagando a palavra do “Sacanas do Asfalto”, sendo que o livro só chegou, de fato, na quinta-feira à noite (devido a um atraso na gráfica). Mas não desanimei, pois havia o “Enquanto Eles Não Vêm” ao meu dispor, e um vasto público sedento por histórias macabras. Vendi para diversos leitores, ambos os livros, mas o que mais me rendeu nessa edição foram as entrevistas e materiais de divulgação que me foram oferecidos.

Com as meninas do Mais Qi Nerds
Mais uma com a Simone, aqui gravamos uma entrevista
Com as editoras da Cabana Vermelha

A primeira semana da bienal resumiu-se a visitação das escolas pelos pavilhões, então aproveitei para visitar os demais estandes, rever alguns amigos autores e prestigiá-los em seus lançamentos. Apesar disso, fiquei mais em meu “cantinho”, em parte porque havia livros para vender, e também novos colegas para dividir experiências e conhecê-los melhor. Foi nessa fase que acabei admirando ainda mais os novos dragões guerreiros, dentre os quais eu destaco Thelma Miguel, Vinícius Fernandes, Carlos Henrique Abbud, Flávia Gonçalves, Cristy S Angel, Landerson Rodrigues, Dresa Guerra, Erik Gabriel, Brendo Hoshington e tantos outros. Além disso, devo ressaltar que me senti completamente à vontade nos estandes, graças a receptividade dos queridos Ricardo, Priscila, Isaac e Jéssica Milato. Houve muito respeito, união e carinho; o suficiente para o sucesso de vendas naqueles dias.

Com a contagiante Flávia Gonçalves
Com a querida Thelma Miguel
Com Brendo e Cristy, dois irmãos literários!
Com Marlon Souza

O último fim de semana que entraria para a história da Bienal do Rio chegou de maneira avassaladora. O clima estava ótimo. O Rio de Janeiro respirava abaixo de um céu ensolarado. Porém, a tensão tomou conta do evento quando o prefeito Crivella tomou por decisão censurar alguns livros de conteúdo “impróprio” que estavam em algumas vitrines. O caso gerou uma polêmica tão grande, que o Felipe Neto resolveu comprar mais de 13 mil livros da temática lgbt (previamente censurados) e distribui-los na praça principal do Riocentro. Lembro que cheguei mais cedo que o usual no pavilhão verde, a tempo de ver o exorbitante número de pessoas que se aproximavam da bienal. O dia prosseguiu normalmente, com vendas e trocas de figuras literárias, mas o caso virou notícia no Brasil todo. Ao anoitecer, editoras publicaram notas de que novos agentes autorizados pelo prefeito voltariam a recolher livros. Eu tinha acabado de assinar alguns livros na Hope, na companhia da Cristy e do Vinícius, quando vimos uma enorme passeata de manifestantes cruzar o corredor. O assunto ganhou uma proporção gigantesca; foi de tal modo que presenciei autores e leitores urrando com seus livros nas mãos, diante de jornais e revistas que documentavam tudo. Foi arrepiante.

Imagem: Marcelo de Jesus / UOL

A histórica Bienal do Rio de 2019 terminou de forma pacífica. Na Editora Hope, fizemos um picnic amistoso, celebrando o sucesso dos autores, dos lançamentos e suas vendas. Na Pendragon, trocamos palavras e discursos. Após a leitura do emocionante texto do Felipe Saraiça, finalizamos o evento com recitais de poemas da Thelma Miguel e um concerto maravilhoso pelo Landerson Rodrigues. O domingo chegou ao fim em clima de festa na casa da querida Maria de Fátima Nardino, onde fui recebido com imenso carinho.

Com Maria de Fátima Nardino e Thelma Miguel (consegui juntá-las!)

Abaixo, deixo as demais fotos tiradas por conta própria. Algumas foram concedidas pelos queridos Léo Batista e Maria Simone:

Com Priscila Gonçalves e Jéssica Milato
Com Dresa Guerra, uma figura!
Com os colegas Rita Pinheiro, Flávia Gonçalves e Carlos Abbud
Com a minha boyband: Bruno Freischlag, Vinícius Fernandes e Landerson
A bienal foi tão histórica, que até encontrei um filho... A piada do dia!

Finalizo a postagem com a sensação de dever cumprido, agraciado pela certeza de que levarei na memória o significado dessa Bienal: juntos somos mais fortes, e jamais seremos calados.

Editora Pendragon e autores