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sábado, 31 de dezembro de 2016

Enquanto Eles Não Vêm

Capa feita pela INDIE 6

     Lembro que virei o ano de 2012 escrevendo as ideias que formariam o meu primeiro livro de terror. Eu sempre admirei o gênero. Preenchi a minha infância com livros mágicos, quadrinhos, histórias "inacabadas" e contos fantásticos. Nessa onda, conheci outros autores renomados, dignos de toda atenção possível. Com o passar dos anos, após escrever livros de aventura, drama e suspense, tomei a iniciativa de fazer algo totalmente voltado para o gênero em questão. Eis que em dezembro de 2012, no dia 31, eu dei início ao primeiro manuscrito de "Enquanto Eles Não Vêm", após jogar "Resident Evil 6" incansavelmente.

Arte dos personagens David e Lívia

     A obra tem uma forte influência de escritores como HP Lovecraft (famoso criador dos mitos de Cthulhu), Stephen King, Clive Barker, Dean Koontz e Bram Stoker, além de possuir uma forte ligação com as franquias de jogos “Alone in the Dark”, “Resident Evil” e “Silent Hill”, cujos enredos pautavam na luta pela sobrevivência de seus personagens.
     “Enquanto Eles Não Vêm” foi idealizado muitos anos atrás. Porém, só começou a ser escrito no primeiro semestre de 2012, e concluído em outubro de 2015.  Durante três anos, dediquei-me totalmente para a composição do livro, cuja história aborda a luta pela sobrevivência de dois personagens persistentes e corajosos. Juntos a todo o momento, eles se lançam no maior pesadelo de suas vidas, dispostos a enfrentar o medo do desconhecido e descobrir os maiores segredos da mansão arrepiante da Família Mombach.

SINOPSE DA OBRA

     Na primavera de 1978, um misterioso ataque assolou os habitantes de Paraíso Florestal, uma pequena cidade localizada em uma área remota da Bahia. Trinta e sete anos depois, um terrível incidente engole a pequena cidade, obrigando as autoridades a enviarem uma equipe de soldados para investigar o ocorrido. Desde sua chegada à pacata cidade, David e Lívia deparam-se com uma calma sepulcral; ninguém é encontrado nas ruas, nos becos ou nas casas.
     Na escolinha, os cadernos abertos datam o dia atual. No hotel, um barulho no andar superior denuncia a presença de alguém...
     Tomados pela sensação de ameaça iminente, os soldados refugiam-se em uma antiga mansão, desconhecendo o verdadeiro horror que varreu a pequena Paraíso. Dentro daquelas paredes, oculto pelas trevas, o maior e mais escuro de todos os medos os espera.

Esboço de uma das artes do livro

     O ebook foi diagramado pela INDIE 6, empresa do meu amigo Lucas Odersvank. O trabalho ficou incrível e deixou a experiência da leitura ainda mais intensa. Além das ilustrações e dos arquivos espalhados pela mansão, temos alguns mapas que auxiliam o leitor, causando uma imersão ainda mais interessante. Segundo os leitores, existe uma sensação de nostalgia muito grande que permeia a obra, em virtude das suas influências literárias e audiovisuais.

Trabalhando no mapa da pequena Paraíso Florestal

Uma das estranhas fotos encontrada na Mansão Mombach

OPINIÃO DO PÚBLICO

     O livro tem recebido resenhas positivas, tanto no site da Amazon quanto na blogosfera e alguns canais literários do YouTube. No Skoob, a nota oscila entre 4,5 e 5,0 pontos, e na própria Amazon com 4,6 até o momento. Alguns depoimentos:

     “Cheguei ao final da leitura extasiada. Não consegui largar o livro até descobrir o que tinha sido reservado pelo autor para o casal de oficiais. O que acontece na história é a comprovação de um fato que poucos admitem. Nós, seres humanos, somos capazes de nos tornar os piores monstros caminhantes sobre a face da Terra.” Blog Minha Montanha Russa de Emoções

     “Tem muita ação, tem seres misteriosos e aterrorizantes que farão a imaginação do leitor viajar muito, muito mesmo. Em nenhum momento a narrativa fica parada ou desinteressante.” Raquel Pagno, escritora

     “Imagine um livro bom. Multiplique por 100. O resultado é: Enquanto eles não vêm. Escrito por Robson Gundim, o livro se passa no Brasil, em uma cidade fictícia chamada Paraíso Florestal, onde uma equipe da COPS foi enviada para atender um pedido de socorro, mas acabou perdendo o contato com a base.” Blog Mundo de Fantasias

     “Quando o David e a Lívia começam a esmiuçar a história da família Mombach, você fica vidrado na história, porque é muito interessante.” Lucas Dallas, escritor e vlogueiro

     “Eu não esperava mesmo que o livro fosse tão interativo, e ao mesmo tempo, tão tenso. As criaturas são super-horríveis, e muitas cenas presentes nesse livro reme-tem aos medos mais profundos do ser humano, como, por exemplo, o medo do escuro.” Blog Pensadora Geek

     Confiram o booktrailer do livro, editado por ninguém menos do que a minha pessoa (risos):



Em breve, trarei uma postagem especial, com novas informações, artes e atualizações sobre o livro.

Fiquem ligados!

Abraços!

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

O Canto da Valquíria

O ano de 2016 foi intenso, a nível hard em um game de survival horror! Mas também foi um ano de conquistas, grandes projetos e novos sonhos para serem realizados. Antes que o ano termine (estamos à porta de 2017!), gostaria de trazer as últimas notícias envolvendo os meus novos projetos e metas para o futuro.

Capa Inicial

Quando regressei da Bienal de SP, pensei em publicar na plataforma wattpad uma história que eu escrevi ao longo da infância, envolvendo uma jovem batalhadora que sonhava em se tornar uma cantora profissional. Esse livro começou a ser idealizado no começo dos anos 2000, em uma época em que eu vivi em solo rural. “O Canto da Valquíria” nesse tempo sequer tinha um título, e os rascunhos que foram resgatados no ano passado me fizeram rir e me orgulhar ao mesmo tempo, pois a sensação que tive foi de voltar aquela fase tão boa e inesquecível. A obra é um grande tributo a cultura nordestina no cenário musical, com direito a menções ao grande Luiz Gonzaga e a outros artistas de peso do nosso nordeste. Lembro que a minha avó adorava escutar essas músicas, que em sua maioria externavam o dia-dia do nordestino ou contavam, em forma de poesia, lindas histórias de amor.

A nossa sonhadora

No livro, a Valquíria é uma jovem que vive na cidade Alagoinhas, na Bahia, e sonha em poder cantar profissionalmente ao lado do irmão, mesmo quando um pai alcoólatra se mostra o maior e mais indesejável obstáculo de seu caminho. A narrativa é em forma de diário, em primeira pessoa, com a Valquíria descrevendo seus anseios, sentimentos e – ao longo dos anos – as grandes novidades no âmbito da música.

Cris e Valquíria

Temos muitos personagens que rodeiam a Val, desde o Cris, seu irmão igualmente sonhador, até os coadjuvantes que em grande parte do livro roubam as cenas com situações memoráveis. O livro é recheado de ilustrações, referências musicais, literárias, e inesperados acontecimentos que deixam no leitor a incerteza do que virá a seguir.

Alina, Val e Rick

Está sendo uma experiência maravilhosa compartilhar esse livro no wattpad. Os leitores são assíduos, participativos, e comentam semanalmente após a publicação dos capítulos novos. A cada capítulo, uma fase diferente, um salto no tempo, com desenhos inéditos e músicas marcantes que dão uma magia a mais ao texto.


Paralelamente, através de apêndices ao longo das postagens, eu abordo um pouco da história da música nordestina e presto singelas homenagens a alguns artistas que contribuíram para o nascimento desse livro, sejam eles escritores, compositores, cantores ou poetas da nossa e de outras gerações. O nordeste é lindo, e nós somos suas raízes!

Duas cantoras nordestinas que admiro, Silvânia Aquino e Paulinha Abelha
Ônibus da Banda

Se você gosta de romances inspiradores, com histórias de superação, sonhos, sucesso e muitas reviravoltas, não deixe de fazer parte desse projeto! A obra está completa lá no wattpad!

SINOPSE

Valquíria é uma jovem talentosa com o sonho de se tornar uma cantora profissional e brilhar sob as luzes dos palcos do nordeste e do mundo. Ao lado do seu inseparável irmão, Cristiano, ela irá atravessar os obstáculos de uma vida desenhada por dificuldades, abandonos e maus tratos de um pai alcoólatra. Cantando escondida em bares, seu talento irá chamar a atenção de empresários e bandas, mas o traiçoeiro caminho para a fama logo se mostrará infinitamente diferente daquele que sonhou.
O Canto da Valquíria é uma história sobre escolhas, perdas e traições, onde, guiada por sua voz e seu talento inquebrável, a jovem cantora descobrirá o valor da determinação, do amor pela música e da luz de um destino escrito nas estrelas.

Para acessar o livro, CLIQUE AQUI.

Valquíria e Alina (na estrada!)
Personagens preparando o palco do Show
Alina, Rick, Valquíria e Cleiton
Em breve teremos a versão física do livro. Fiquem atentos!

Aproveitando o clima de ano novo, desejo a todos os tripulantes um 2017 repleto de energias positivas, saúde, felicidade e grandes realizações!


Grande abraço!

Robson Gundim


quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Sacanas do Asfalto: Referências

Preparados para a sessão?
Embora muitos já saibam, é necessário ressaltar: o livro homenageia aquele que adora homenagear as obras que tanto o influenciaram: Quentin Tarantino. Segue abaixo um excelente vídeo que reúne as maiores influências do diretor para o seu quarto filme, Kill Bill:


Sendo a obra uma homenagem clara ao Tarantino, eu pensei (ainda antes de começar a escrita) em realizar algo que diferenciasse Sacanas do Asfalto e que o remetesse ao universo do referido cineasta.  Politicamente incorreto, o roteiro é repleto de situações inusitadas e exageradas, fatores comuns ao cinema exploitation e a própria filmografia de Tarantino (o que pode assustar alguns leitores a princípio). Nesta postagem, vamos conhecer algumas das inúmeras referências contidas nas páginas de Sacanas do Asfalto, desde Tarantino, até outros nomes dignos de serem citados, que muito me inspiraram. O livro viaja por diversos gêneros, desde aventura e terror, até comédia e romance, o que me faz acreditar que saciará a sede de muitos leitores! Vamos nessa?
Sejam bem-vindos a primeira postagem especial que dissecará as raízes do meu novo livro. Espero que curtam!


Começamos com a capa, feita pelo talentoso Denis Lenzi e ajustada para seguir as características da Editora PenDragon pelo Marcos J:

Capa oficial do livro + a capa americana do Death Proof

A primeira referência que citei ao Denis foi a composição seguinte: "misture Death Proof com Sin City, com as silhuetas dos personagens que te enviarei!" Não durou muito tempo até que eu enviasse as silhuetas e citasse todos os pormenores acerca da arte. Posters de livros alternativos, filmes dos anos 70, texturas de asfaltos, sombras e muitas ideias legais fizeram brotar a atual capa do Sacanas do Asfalto. Todo mundo se empolgou, e de cara comprou o feeling do livro.


Quentin Tarantino é conhecido principalmente pelas referências expostas nas suas obras. O roteiro é consistente, literário; suas raízes estão ali. Para melhor evidenciar suas homenagens, Tarantino fez questão de inserir, no início de seus filmes, introduções dos anos 60 e 70, contendo trailers e anúncios de outros projetos. Isso causava no espectador uma sensação de familiaridade com suas outras produções. Sabemos que todas as histórias dele se passam num mesmo universo, portanto, é MUITO interessante fazer essa pequena mescla. Abaixo, alguns exemplos:

Thanksgiving: um trailer utilizado no projeto Grindhouse (2007)
Introdução do Shaw Brothers Studio, no filme Kill Bill (2003)
Introdução: "Nossa Atração Principal", em Kill Bill e Death Proof (2007)

Foi pensando nisso que tive a ideia de realizar um projeto parecido; um trailer de uma obra futura, precedida por uma introdução setentista, porém, é claro, em um livro!

Teaser de Vanishing Point (aka Ponto de Fuga)

Vanishing Point é um livro de drama e ação sobre vingança, que inicialmente foi concebido como conto. O título é um tributo ao filme homônimo de 1971 (conhecido no Brasil como Corrida Contra o Destino). Comecei a escrevê-lo em 2007, no entanto realizei grandes mudanças ao longo dos anos, finalizando-o somente no segundo semestre de 2013. Amplamente ilustrado, Vanishing Point foi minha primeira obra pensada dentro dos parâmetros tarantinescos. Para saber mais a respeito, clique aqui.

Após o trailer, chegamos a "Nossa Atração Principal"!

Menções ao Tarantino, ao longo das páginas:

"Tinha olhos castanhos claros, queixo quadrado, barba falhada e um corpo magro. Os cabelos eram levemente lisos, quase sempre pendidos para cima e para o lado, o que lhe dava uma aparência meio exótica de “nerd anos 90”. Fã incondicional dos filmes do Quentin Tarantino, ele também venerava os livros da Agatha Christie e nutria o sonho de se tornar um escritor conhecido no Brasil."
Pág. 14

"Vana chamou a atenção de todos com um novo short curto, e uma camisa justa que exibia a estampa do filme Death Proof. Ao dar de cara com a camisa, Rob sentiu uma pitada de orgulho, ciente de que a prima a vestira por saber que ele era fã número um do Quentin Tarantino."
Pág. 34

"Disse o baixinho:
— Uma Thurman.
— Errou! — Vana estalou os dedos e virou-se para Daisy: — Presta atenção, safada...
— A puta que pariu.
— Ouça! — Vana riu-se. — A dica dele foi Tarantino. Desse modo, tem tudo a ver. A minha dica é... Tainan."
Pág. 60


A ilustração acima (da Pág. 47), nos mostra as personagens Daisy, Vana e Tainan, e ao fundo, parte do bar "Enseada Noturna", onde grande parte da trama se passa. Esse bar foi inspirado no "Texas Chili Parlor", um restaurante localizado na Cidade de Austin, Texas:


O "Texas Chili Parlor" foi utilizado como cenário de inúmeras cenas no filme Death Proof, que conta com diálogos marcantes, jogatinas, bebidas, músicas e muita diversão. Abaixo, um pequeno trecho do livro, referente ao bar no qual o "Enseada Noturna" foi inspirado:

"Passando pelo arco, uma imagem das mais encantadoras se estendeu diante de seus olhos. Um número exorbitante de pessoas sentadas em mesas e em volta de carros, confirmava-lhes que o ambiente era dos mais badalados da ilha. Um prédio de madeira ao estilo colonial funcionava como o bar em questão, tendo luzes coloridas em torno das janelas escancaradas, e uma grande fachada com o desenho de uma mulher deitada numa prancha. Uma variedade de carros e motos lotara a área do estacionamento."
Pág. 39

Jungle Julia Lucai (Sydney Tamiia Poitier) e amigos, no Texas Chili Parlor

Chegou a hora do... Foot Massage!

"Eu sou o mestre das massagens nos pés!"
Embora o Tarantino tenha dito que não se considera um fanático por pés, não podemos negar: o cara adora dar closes demorados nos pés das suas beldades! Em Sacanas do Asfalto, podemos encontrar menções interessantes a essa particularidade do corpo feminino. Se liguem nos trechos a seguir:

— Eu não estava na hora do ato, mas soube que ele chegou com um papo estranho e tentou fazer uma massagem nos pés dela. E se tem uma coisa que a Itana não gosta, é de que os homens toquem nos seus pés. Um trauma de infância ou coisa do tipo.
André ficou parado em seu assento, divagando.
Esperou meio minuto e perguntou:
— Uma massagem nos pés? Foi o que a motivou a matar o cara?
Pág. 82

"Os quatro rapazes distraíam-se no tapete, assistindo TV, enquanto as duas moças divertiam-se na cama — uma pintando as unhas dos pés da outra — numa posição sensual, cara a cara."
Pág. 109

"Daisy acabara de tomar um banho. Deixou o banheiro ainda pingando, e sentou-se à beira da cama com um olhar nostálgico. Retirou a toalha e enxugou os dedinhos dos pés, tão lindos quanto o resto de seu corpo."
Pág. 207

Propagandas Tarantinescas

Cigarros Red Apple, em Kill Bill vol. 1
Os cigarros Red Apple é apenas uma das provas de que todas as histórias do Tarantino estão conectadas. Abaixo, mais aparições da marca fictícia presente em todos os seus filmes!


Citação do cigarro no Sacanas do Asfalto:

"Dante permaneceu calado até o cair da noite, quando se dirigiu à sacada do apartamento e ficou observando a estrada vazia.
Calmo.
Estava calmo demais.
Dante não gostava de silêncio. Gostava de algazarra, gritaria, balbúrdia.
Arrancou um cigarro do maço Red Apple e fumou até às vinte e duas horas. Vez ou outra, um veículo veloz atravessava a rodovia."
Pág. 113

A carteira "Bad Mother Fucker", em Pulp Fiction
Citação da carteira no livro:

A vítima não soube o que fazer, restando-lhe somente indagar:
— Onde quer que eu coloque a quantia?
— Tá vendo uma carteira no fundo da mochila?
— Bem... — o idoso tentou enxergar o objeto. — Eu vejo duas carteiras.
— Tem uma especial. Tá escrito “Bad Mother Fucker”.
Pág. 21

Robert Rodriguez apresentando sua versão da lanchonete havaiana!
Essa é a lanchonete fictícia que virou realidade (inclusive aqui no Brasil). Sua primeira aparição ocorreu em Pulp Fiction, através do Jules Winnfield, personagem do Samuel L. Jackson. A partir daí, ela passou a fazer parte de toda filmografia do Quentin Tarantino. Em diversos lugares do mundo foram criadas lanchonetes em homenagem ao Big Kahuna Burger, e é claro que ela não ficaria fora dos capítulos de Sacanas do Asfalto!

Rob apontou na direção leste.
— Preciso encontrar uma pessoa que está desembarcando. Vem comigo.
A moça concordou e os dois começaram a subir pela escada rolante, na direção do Big Kahuna.
Pág. 172

Ao longo dos anos, desde 2007 (quando comecei a escrever Vanishing Point), passei a brincar com as marcas e criei algumas também, dentre as quais eu cito a "Sun's Mountains", uma companhia de linhas aéreas, e a cerveja "Lake Drink", que está presente em Sacanas do Asfalto. A garota do rótulo é a Annette Legrand:


"Conversaram exaustivamente sobre tudo o que houve, com a breve exceção de uma alta quantia em dinheiro que apanharam de um largo envelope.
Teh e Arthur comemoraram e brindaram nessa passagem, pedindo uma garrafa de Lake Drink."
Pág. 265


Apesar de não ser mencionada em Sacanas do Asfalto, essa companhia aérea já foi responsável pela viagem de muitos personagens de livros como Vanishing Point e Dragões da Meia Noite (antigo Ponto Instantâneo). Também foi inserida no conto "A Integração", da escritora Adriana Ramiro, para a coletânea O Último Dia Antes do Fim do Mundo, na qual participei como autor e ilustrador. Segue a imagem do conto referido, com o boeing da Sun's Mountains em destaque:

Conto "A Integração", com o nome da companhia aérea ao fundo.

"Hearty Tex-Mex Food from the kitchen of The Acuña Boys!"
Crédito da Imagem
A expressão foi inspirada no título de uma gangue criminosa, do filme Rolling Thunder (1977), que é um dos longas prediletos do Tarantino. Inclusive, graças a esse filme, o Tarantino batizou sua empresa de distribuição de DVDs, em 1994, como The Rolling Thunder Pictures. Graças a ele, filmes apagados como os westerns italianos, hong kong kung fu e exploitations dos anos 70, voltaram a ser reconhecidos no território americano. Infelizmente a empresa não durou. O logo do Acuña Boys apareceu no site oficial da distribuidora, e logo ganhou espaço na filmografia do cineasta. Apareceu em Jackie Brown (1997), como marca de um produto alimentício, e posteriormente em Death Proof, na embalagem de uma Soda, confirmando que o selo fazia parte da "Comida Autêntica Tex-Mex".
Durante o projeto Grindhouse (2007), Tarantino e Robert Rodriguez fizeram uma chamada sobre a Comida Autêntica Tex-Mex:


A Soda do Acuña Boys em Jackie Brown (1997)
Novamente uma Soda do Acuña Boys, no filme Death Proof
No Kill Bill vol. 2 (2004), a expressão é usada em outra situação

A Noiva (Uma Thurman) chega a cidade de Acuña, México, e explica que Esteban Vihaio (figura paterna do Bill), possui um prostíbulo nos confins da cidade; ele não apenas controla as prostitutas, mas também os filhos bastardos delas: os perigosos Acunã Boys. Vale lembrar também que a trama do filme Desperado (1995) se passa em Acuña, e o Tarantino participa.
Em Sacanas do Asfalto, durante uma viagem de carro, Vana explica que suas duas irmãs compunham uma gangue de justiceiras denominada "As Três Furiosas", e que juntas promoviam a justiça em nome das mulheres indefesas de Gandu. Trecho a seguir:

— Itana era a ruiva, a primeira no comando. Passou a ser chamada de Red Sonja após obter a fama de justiceira. Dona de habilidades incríveis, ela carregava uma coleção de facas por onde quer que fosse... acho que nem preciso dizer o que ela fazia com os caras pervertidos, não é?
André engoliu e soltou:
— Apesar dessa última nota... gostei delas.
— Aposto que sim... — Vana riu. — Assim como aposto que jamais desejaria ocupar o lugar dos Acuña Boys da cidade... uma vez um deles se fodeu nas mãos da Red Sonja.
Pág. 81

Além disso, em uma das ilustrações do livro, a personagem Daisy traja uma camisa com a logo da Comida Autêntica Tex-Mex, que será revelada mais para a frente.


A violência é uma marca do Tarantino, principalmente no que diz respeito ao exagerado uso do sangue. Em Sacanas do Asfalto, contamos com ilustrações que visualmente também referenciam essa característica do cineasta. A imagem acima mostra parte da página 185, em comparação com algumas cenas dos primeiros filmes do Tarantino.

"O pescoço sofreu um estouro, e um jato de sangue começou a escapar dele, jorrando para todos os lados da sala."
Pág. 181

"A carne intumesceu e se abriu grotescamente, o sangue escapou depressa e escorreu por todo o corpo."
Pág. 86

O livro também conta com situações cômicas e inesperadas, referenciado cenas memoráveis vistas nas obras do cineasta. Há troca de tiros, diálogos rápidos, posição dos personagens em determinadas partes do cenário (corpos no porta-malas), mulheres imponentes e flashbacks comprometedores.


A homenagem a Tarantino não seria completa se não houvesse uma playlist especial, não é? Músicas e artistas inesquecíveis fazem parte de grandes acontecimentos no livro. Não me estenderei nesse tópico, pois em breve escreverei uma postagem especialmente dedicada a cada música mencionada no livro, mas separei alguns trechos que são indispensáveis.

"Thats the title to my favorite soul song of the seventies!" Kill Bill
"Buda sintonizava o rádio e mudava a cada meio minuto de estação. Impaciente, acabou puxando um CD debaixo do banco e colocou Nancy Sinatra para tocar:
These Boots Are Made For Walkin!"
Pág. 149

Daisy achou a cena engraçada e deu uma leve acariciada nos cabelos de André. A primeira música a tocar foi The End. Folheando o encarte do CD, o magnata tentou acompanhar a voz do Jim Morrison e gerou novas gargalhadas.
— Querido, mal posso imaginar você no banheiro! — caçoou Vana.
Pág. 79

"Daisy perguntou qual era o gênero musical preferido do André. Ele sorriu de leve e respondeu que confiava no gosto dela. Seguidora fiel dos Beatles, a jovem poliu o CD e deu play na música Baby It’s You. Sentou-se ao lado do moreno, cruzou as pernas e ficou movendo os ombros no ritmo do som."
Pág. 33


É claro que os livros não ficariam de fora da lista de referências. Me amarro em escritores como Fernando Sabino, Marcos Rey, Agatha Christie, Virginia Woolf, HP Lovecraft, Elmore Leonard, Guimarães Rosa, e dentre outros. Aqui vão as influências mais fortes para Sacanas do Asfalto!


No livro, há vários momentos de tensão e muitas reviravoltas, fatores comuns no vasto número de obras da Agatha Christe, que particularmente é a minha escritora favorita. A personagem Daisy referencia duas grandes personagens da rainha do crime, interna e externamente. Internamente quando, por um golpe do destino, é obrigada a tomar o rumo do mar contra a própria vontade. A cena é um tributo "subliminar" a Vera Claythorne, do livro E Não Sobrou Nenhum (1939); a personagem sofre um mau pressentimento antes de ir a bordo de um barco, mas, mesmo contra a própria vontade, ela decide seguir em frente.

Vera Claythorne foi interpretada pela atriz June Duprez, em 1945

Externamente, a Daisy referencia outra personagem da Rainha do Crime, quando imita a fala e os trejeitos da Prudence Cowley (ou Tuppence), dos livros O Inimigo Secreto (1922), Sócios No Crime (1929), M ou N? (1941) e dentre outros. Na cena, ela está lendo um trecho de um roteiro biográfico, inspirado na personagem em questão.

No cinema, a atriz Francesca Annis deu vida a Tuppence

Curiosidade: Tuppence era enfermeira na época da Primeira Guerra Mundial (assim como Agatha Christie)!


Às Vezes Eles Voltam é uma adaptação de um conto homônimo de Stephen King, do livro Sombras da Noite (Night Shift) 1978. "A história desse conto é sobre Norman, um professor que presenciou a morte do irmão por uma gangue cujos membros foram em seguida atropelados por um trem dentro de um túnel. Norman conseguiu fugir, mas vive atormentado pela lembrança."
A gangue de motoqueiros do Sacanas do Asfalto, liderada pelo Dante, é uma homenagem a obra do Stephen King.

"Tudo o que o pobre homem faturara durante aquele penoso dia, fora injustamente transferido para uma mochila fedorenta, sob a ameaça de uma gangue que nunca tinha ouvido falar."
Pág. 21

Homenagem ao livro que me lançou no mercado! <3

— Como se chama o livro? — quis saber o magnata.
— Uma odisseia além do oceano.
— Maneiro... do que se trata?
— Romance envolvendo piratas. Uma mulher nobre se lança no mar. Ao lado do irmão, ela decide agarrar a liberdade que tanto sonhava. Os dois se transformam em bucaneiros e passam a navegar pelas águas do Caribe. O livro explora a força da mulher, o lado primitivo do homem, e a brutalidade dos piratas do século XVII.
Pág. 52

Uma odisseia além do oceano foi o meu primeiro livro publicado. Há uma postagem especial sobre a obra, que fazia parte da saga Entre o Céu e o Mar, na fanpage do facebook. Basta acessar AQUI!

Livros da coleção Vaga Lume / Editora Àtica

O posicionamento e o estilo das imagens contidas no miolo de Sacanas do Asfalto foram inspirados nas diagramações desses livros que marcaram época. Minha infância foi regada por essa maravilhosa coleção. Desde o lançamento do meu primeiro livro, trabalhei com as ilustrações sob a perspectiva visual da coleção Vaga Lume.


Como citado em uma postagem mais antiga, esse é um "livro com uma pegada cinematográfica. A narrativa leve e de fácil compreensão, mesclada aos desenhos ao longo dos capítulos, faz com que o leitor vislumbre as cenas como se estivesse diante de uma tela colossal. Obs. Grande parte dos personagens são assumidamente cinéfilos." E é verdade. Além do Quentin Tarantino, os personagens
conversam abertamente sobre cinema e seus derivados assuntos.

Filmes Exploitation: O exagero proposital, os temas de cunho social e racial, a violência e a rebelião estão sempre presentes nesse gênero.

Ela me lembra a Demi Moore. — disse Erick, mastigando pipoca. — O rosto é bem parecido, e o corpo é uma obra de arte!
— Afinal, quem é essa atriz?
— É a Christy Hartburg, Dante! — falou Lucas, o de cabelos pretos e compridos. — Ela foi a musa do Russ Meyer e do cinema exploitation na década de 70!
Pág. 112

O trecho homenageia Supervixens (1975), protagonizado principalmente por mulheres. Com certeza foi uma grande influência para o Quentin Tarantino, assumidamente fã do Meyer.

"Enquanto abocanhava um filé mignon, Erick contou uma piada de mau gosto, envolvendo um sequestro de uma criança milionária. Sasha discorreu sobre corridas clandestinas. Lucas narrou seus filmes prediletos e destacou o desnecessário remake de Guerra ao Império do Vício."
Pág. 123


Guerra ao Império do Vício, ou Coffy (1973), é um filme blaxploitation dirigido por Jack Hill e estrelado por aquela que foi um ícone para o movimento cinematográfico da década de 70: Pam Grier. Marcada pelo evidente talento e beleza, a Pam também atuou em filmes como Black Mama, White Mama (1973), Scream Blacula Scream (1973), Foxy Brown (1974) e, nas mãos do Tarantino, deu vida a  Jackie Brown em 1997.

Pam Grier: Rainha da década de 70!

“O magricelo vasculhou os bancos traseiros do veículo e suspendeu-os; embaixo, na companhia de duas HQs, estava escondida uma espada curta japonesa, cuja lâmina afiada beirava vinte e cinco centímetros de comprimento, ele a denominara “Kiddo”, em homenagem a Kill Bill. Com cautela, manteve a arma branca embainhada, bateu a porta do carro e voltou ao bar.”
Pág. 66


E falando em Kill Bill, eu soube que a maravilhosa Sheron Menezzes fez um ensaio em homenagem ao filme. Logo pensei: "Não foi à toa que a Daisy foi inspirada nela!"

Sheron e Daisy, a personagem que carrega suas feições!
Samuel, na pele do Samuel L.Jackson!
Samuel L. Jackson é um dos meus atores favoritos, e é claro que haveria um personagem especial em sua homenagem! Sem sombra de dúvidas, uma forte personalidade.

"Samuel era alto, forte e negro, trajava uma roupa social e mantinha nos cabelos um moderado nível do estilo Black Power."
Pág. 74

Itana, Vana, e Ivy: as Três Furiosas!

Vana folgou o cinto e chegou-se para frente:
— Sete anos atrás, se você estivesse em Gandu e cruzasse o caminho das Três Furiosas, seria de bom tamanho não fazer nenhuma besteira. Acaso as intimidasse, ou mesmo realizasse qualquer movimento brusco, seria o mesmo que pedir um belo chute no saco!
Pág. 80

Em um capítulo intenso, as Três Furiosas dançam sensualmente ao som "Red and Black", antes de atacarem suas vítimas. Essa sequencia foi inspirada no Baytown Outlaws (2012), que é um tributo ao estilo Grindhouse (ressuscitado pelo Tarantino em 2007).

Travis Fimmel e Serinda Swan
em uma das cenas mais cômicas do longa
















"Havia duas caixas imensas de CDs e LPs que Samuel colecionava. Uma variedade de músicas setentistas, oitentistas e outras raridades da cultura pop. Itana abaixou-se para escolher uma banda. Sua bunda bem modelada ficou em perfeito destaque, levando os rapazes à loucura. Ela movia-se como uma pantera, suavemente, sem ruído."
Pág. 178


Não brinque com as Três Furiosas, ou elas brincarão com você!
As personagens em questão são uma homenagem ao longa Faster Pussycat! Kill! Kill! (1965), dirigido pelo Russ Meyer, e Switchblade Sisters (1975), dirigido pelo Jack Hill. Ambos profundamente admirados pelo Quentin Tarantino. Histórias alucinantes, protagonizadas por mulheres fortes, que não levam desaforo pra casa!


Daisy bebeu a cerveja no gargalo e perguntou a Júnior:
— Então você é fã de Star Wars?
— De carteirinha.
— Meu irmão é fanático! — ela mordeu o lábio inferior, recordando-se de uma piada interna: — Me fala... no filme, quem atirou primeiro?
Júnior foi mais esperto:
— Nunca houve um segundo tiro.
Pág. 34

Dentre os personagens nerds, não poderia faltar um seguidor fiel da saga Star Wars! Suas aparições são, no mínimo, marcantes e nostálgicas:

"No banco carona do Dodge Charger, Júnior olhou rapidamente para a galáxia e imaginou a introdução de Star Wars."
Pág. 36


Devo confessar que, apesar de adorar quadrinhos e mangás, eu não sou um grande colecionador. No passado tive a oportunidade de conhecer muitos trabalhos, assim como tive acesso aos mais derivados jogos da minha geração. Me amarro no estilo da arte do Eduardo Risso, sobretudo na série 100 Balas, que é super a cara do Tarantino! Recomendo demais aos amantes de uma boa historia de suspense, ação e temas envolvendo conspirações. No decorrer do livro, podemos encontrar referências a jogos e quadrinhos também:

Saudades dos tempos de boteco!

"Eduardo dotava de uma aparência desinteressante e uma moda desleixada; usava um boné antigo do game Fatal Fury e vestia quase sempre as mesmas camisas soltas sobre as bermudas de tactel."
Pág. 74


Assim como o Júnior expressa sua paixão pela saga Star Wars, o Eduardo não esconde seu bom gosto no mundo dos jogos! Gente, Fatal Fury simplesmente marcou a minha infância. É um dos melhores jogos de luta dos tempos de fliperama, sem mais.

O Dante foi levemente inspirado no Coringa
"Levantou-se e examinou-se ansiosamente no espelho. O rosto que ali viu refletido possuía uma palidez vampiresca que lhe dava um ar gótico. Um rosto inexpressivo, de olhos cinzentos, bastante chegados um ao outro, e uma cabeleira curta, totalmente esverdeada; sua marca dentre todos os motoqueiros."
Pág. 113

Samurai Champloo
— Todos os volumes são ultrapassados. — falou o “Pequeno Homem”.
Rob concordou. Apanhou um exemplar de Samurai Champloo e entrou em outro assunto:
— Levaremos quanto tempo até chegar a Vera Cruz?
Pág. 17

Além da citação direta ao mangá, a própria trama do livro remete a três jovens azarados que passam a viver uma alucinante aventura. Rob, Teh e Arthur, além de serem uma homenagem ao Nerd Killers, é também um tributo ao Mugen, a Fuu e ao Jin. Arte principal do trio, no começo do livro:


Além das obras já citadas, em Sacanas do Asfalto podemos encontrar outras menções honrosas do mundo dos quadrinhos, desde o Homem-Formiga e Xena até a Red Sonja!

Bem, tripulantes, a sessão está chegando ao fim. Vou ficando por aqui antes que essa postagem se transforme em uma monografia!

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Um abraço!
Robson Gundim